
“Educação e Comunicação Não-Violenta: tecendo redes de convivialidade e solidariedade na escola”. Esse é o Projeto de Extensão, liderado pelo professor José Aparecido Celorio, doutor em Educação, do Departamento de Pedagogia, do campus UEM Cianorte, que retoma seu segundo ano de atividades, em 2022.
Após um ano de encontro virtual, devido à pandemia da Covid 19, o grupo agora reúne-se quinzenalmente, de modo presencial. O público alvo é formado por professores/as, pedagogas/os e gestores/as que trabalham na Educação Infantil e Ensino Fundamental das redes municipais das cidades de Cianorte e região.
O Projeto tem por objetivo apresentar a influência que uma cultura normótica e violenta exerce sobre a instituição escolar nos seus aspectos estruturais e pessoais; – Dialogar sobre a ausência de solidariedade e convialidade nos espaços escolares e o mal-estar que os assola; – Criar redes de escuta empática, solidariedade e convialidade, a partir da comunicação não-violenta, entre os participantes envolvidos; – Desenvolver atividades escolares e pedagógicas, para alunos e alunas da Educação Básica, que incluam a prática da Comunicação não-violenta.
“Em uma sociedade apoiada na cultura da violência, boa parte das saídas e respostas aos atos violentos será violenta. E boa parte daqueles/as que vivem nessa cultura concordará que a violência ainda é o melhor caminho para aplacar a violência. Quando entre religiosos, a adesão ao belicismo se dá mais por espírito de cruzada do que por espírito de comunhão. Discursos pacíficos só possuem força com práticas pacíficas, e ser pacífico não é ser passivo. De forma semelhante, discursos que visam ao bem comum só criarão raízes quando seus porta-vozes orientarem suas vidas para esse fim.”, explica Celorio.

O CONCEITO DA COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
O americano Marshall Rosenberg, nascido em 1934 e falecido em 2015, é considerado o pai da Comunicacão Não-Violenta – CNV. Seu livro Comunicação Não-Violenta Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais é um best-seller. Ele entende que podemos ter um mundo mais harmônico, se soubermos de fato escutar o outro. Seja em qual ambiente ou situação for. Na escola, em casa, no trabalho, no lazer. Rosenberg, desenvolveu a técnica depois de vivenciar episódios de violência na infância e viu-se diante da necessidade de mediar conflitos, tendo inspirado-se em Gandhi e Martin Luther King. A não-violência não significa passividade, mas uma comunicação moldada na empatia.
A CNV na concepção de Rosenberg:
- “A CNV nos ajuda a reformular a maneira pela qual nos expressamos e
ouvimos os outros. - Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e
automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente baseadas na
consciência do que estamos percebendo, sentindo e desejando. - Somos levados a nos expressar com honestidade e clareza, ao mesmo tempo que damos aos outros
uma atenção respeitosa e empática. - Em toda troca, acabamos escutando nossas necessidades mais profundas e as dos outros.
- A CNV nos ensina a observarmos cuidadosamente (e sermos capazes de identificar) os comportamentos e as condições que estão nos afetando.
- Aprendemos a identificar e a articular claramente o que de fato desejamos em determinada situação. A forma é simples, mas profundamente transformadora.”
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